A Baixada do Maciambu é uma planície costeira localizada na porção central do litoral de Santa Catarina entre as coordenadas 27° 48´e 27° 55´ de latitude Sul e 48° 36´ e 48° 45´ de longitude Oeste, ao Sul do município de Palhoça, disposta entre o Rio Maciambu e o Rio da Madre, limitando-se a oeste pelas encostas das serras cristalinas do Cambirela e do Morretes e a leste pelo Oceano Atlântico.

Um patrimônio ambiental localizado a poucos quilômetros de Florianópolis. Compreende as praias da Guarda do Embaú, Sonho e Pinheira e as comunidades de Morretes, Passagem, Maciambu, Sertão do Campo,Três Barras e Albardão.

Formada pelo recuo do mar, é considerada também um patrimônio geológico de importância mundial, pois conserva em sua paisagem antigas linhas de praia (cordões arenosos) que contam um pouco sobre as transformações ambientais sofridas pelo planeta nos últimos 5 mil anos.

Como resultado de combinações físicas e biológicas, a região sustenta uma diversidade de ambientes (rios, lagoas, banhados, praias, ilhas, costões rochosos, serras, morros, dunas e estuários) e formas vegetais variadas, como a restinga e o manguezal que são ecossistemas de extrema importância para a manutenção da fauna nativa, permitindo que os animais de hábitos terrestres ou aquáticos possam se abrigar, alimentar, reproduzir e descansar.

A cultura e história local é igualmente rica existindo na região diversos sítios arqueológicos, duas aldeias indígenas guaranis, engenho de farinha ainda ativo, pesca tradicional, criação de gado praticado em terras comunais, diversas formas coletivas de apropriação dos recursos naturais e de expressões artísticas.

A área é faz parte de um mosaico de unidades de conservação, sendo a parte terrestre pertencente a APA do Entorno Costeiro (uso sustentável) e Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (proteção integral) e a parte marinha à APA da Baleia Franca.

Quanto a biodiversidade, segundo Marterer e Cimardi (2003), dentre algumas espécies de aves encontradas na restinga herbácea da Baixada do Maciambu estão o canário-do-campo, canário-do-brejo e canário-da-terra (Emberozoides herbicola, E.ypirangasnus e Sicalis flaveola), tico-tico (Zonotrichia capensis) e coleirinho (Sporophila caerulecens); já na restinga arbustiva é comum a presença de espécies insetívoras como os pia-cobra (Geothlypis aequinoctiallis), pica-pau-anão-de-coleira (Piccumnus cirratus), tié-preto (Tachyphonus coronatus), risadinha (Camptostoma obsoletum) e João-tenenem (Synallaxis

spixi). Rocha (2007) identificou em seus trabalhos de campo 88 espécies de aves nos diversos ambientes existentes na Baixada do Maciambu, sendo 34 destas consideradas aquáticas. Os ambientes úmidos existentes como lagoas, banhados, manguezais e diversos cursos d’água localizados entre os cordões arenosos são criadores naturais de peixes e crustáceos, e juntamente com sua vegetação de borda dão suporte a existência de numerosas espécies como marrecas (Amazoneta brasiliense, Dendrocygma viduata), garças (Ardea cocoi, Casmerodius albus e Egretta thula), frango-d’água (Gallinula chlopus), saracuras (Aramides cajanea e Rallus longirostris), capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris), lontras (Lutra longicaudis), ratões-do-banhado (Myocastor coypus), mão-pelada (Procyon cancrivorus), morcego-pescador (Noctilio leporinus), jacarés-do-papo-amarelo (Caiman latirostris), bem como diversos outros repteis e anfibios (MARTERE & CIMARDI, 2003).

Registra-se na área de estudo roedores como (Oryzomys nigripes e Nectomys squamipes) e naturalmente, seus predadores, o gavião-carrapateiro (Milvago chimachima), carcará (Polyborus plancus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), lagarto (Tupinambis teguxin) conhecido como teiú e cobras (Bothrops spp). Dentre os marsupiais estão os gambás (Philander opossum, Didelphis marsupialis) e cuícas (Lutreolina crassicaudata). O tamanduá-mirim (Tamadua tetradactyla) e os tatus (Cabassous spp e Dasypus spp) são mamíferos insetívoros que também vivem na região (MARTERE & CIMARDI, 2003). Ainda dentre os mamíferos destaca-se o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), que além de ser considerado o menor felino do Brasil, essa espécie teve seu primeiro registro em ambiente de restinga na Baixada do Maciambu (TORTATO, 2009).








  • Facebook
  • Youtube

Faça sua contribuição

Curta S.O.S Rio da Madre no Facebook